como se a minha existência se resumisse
a um negro e gigantesco nó
que se aperta cada vez mais
em torno das horas e das noites.
Sinto-me vaga e cansada
como se já tivesse perdido,
como se já não me conhecesse
ou tivesse ficado sem memória.
Sinto-me exausta e sonâmbula
como quem se entrega ao tempo
sem saber se vai chegar,
como quem está a mais em todos os lugares.
Sinto-me tênue e monótona
como uma velha incómoda, que resiste,
desconfiada e severa,à lenta passagem dos anos.
Sinto-me rebelde e inalcançável
como se me olhassem de soslaio
e eu me risse,num riso infinito, de mim, de ti
e deste mundo de inevitáveis desencontros.
1 comentário:
Sempre os "desencontros"...isto é a vida!
E apesar disso, o sol raia todas as manhãs!
Compreendo muito bem os sentimentos transmitidos. Ás vezes sinto o mesmo!
Um grande beijinho para si!
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