O rio corre sozinho.
Vai seguindo seu caminho.
Não necessita ser empurrado.
Pára um pouquinho no remanso.
Apressa-se nas cachoeiras.
Desliza de mansinho nas baixadas.
Precipita-se nas cascatas.
Mas, no meio de tudo isso,
vai seguindo o seu caminho.
Sabe que há um ponto de chegada.
Sabe que seu destino é para frente.
O rio não sabe recuar.
Seu caminho é seguir em frente.
É vitorioso,
abraçando rios,
vai chegando ao mar.
O mar é sua realização.
É chegar ao ponto final.
É ter feito a caminhada.
É ter realizado o seu destino.
A vida da gente
deve ser levada
do jeito do rio.
Deixar que corra como deve correr.
Sem apressar e sem represar.
Sem ter medo da calmaria
e sem evitar as cachoeiras.
Correr, do jeito do rio,
na liberdade do leito da vida,
sabendo que há um ponto de chegada.
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