Som do dia

segunda-feira, outubro 24, 2011

Eyes Wide Shut versus Celeridade


Á medida que fui crescendo, foi evoluindo
comigo o conceito de Justiça.
Criei a minha própria definição e como a maioria
das pessoas aprendi a distinguir o certo do errado.
Durante toda a minha vida ouvi dizer que a Justiça era "cega". 
Achava até curiosa a escultura que normalmente
decora as fachadas do tribunais, a balança equilibrada,
a venda nos olhos...
Amadureci como pessoa e percebi que a dita
deveria ser "cega" por forma a não tomar partido
de ninguém, e assumir uma posição neutra na hora de julgar.
Actualmente não quero acreditar que a justiça portuguesa
seja diferente das outras, e muito menos que ela não funcione.
No entanto e à medida que vemos o crime a aumentar
a uma velocidade enorme, e em todas as direcções,
e processos que demoram largos anos a julgar,
constatamos que a nossa justiça para além de cega,
está demasiado lenta e sem capacidade de resposta eficaz.
A realidade do crime organizado exige sintonia
e capacidade de resposta por parte da justiça,
processos que demoram anos a resolver,
terão que ser mais rápidos,
deverá ser revista a prioridade dos mesmos
e aplicada a celeridade que lhes é devida
e que sempre foi ou deveria ter sido a imagem de marca
 de qualquer sistema judicial.
Celeridade é a palavra chave para tirar o adjectivo "lenta"
 da ideia de Justiça, sem termos que admitir
que está na altura de " destapar os olhos"
que ao longo de anos não viram a luz.
Como diria um realizador de cinema a nossa justiça
não pode continuar de:
 " EYES WIDE SHUT" como quem faz de conta
que não se passa nada, porque afinal... passa e muito!

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