Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema - e são de terra.
Com mãos se faz a guerra - e são a paz.
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Com mãos se rasga o mar.
Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas de mãos.
E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
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E cravam-se no tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
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De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
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Manuel Alegre
1 comentário:
Lendo seu poema lembrei-me de um trecho de uma canção brasileira composta por Paulo Sergio Valle:
"a mão que toca um violão
se for preciso vai à luta,
faz a guerra..."
Nossas mãos são nossos instrumentos de beleza e de luta!!
Um beijo!
Sonia Regina.
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