Som do dia

sábado, fevereiro 04, 2012

Quem me Dera...


Quem me dera viver ligeiramente
Sem me dar conta das misérias deste mundo
Viver assim brejeira e docemente
Um dia atrás do outro e sem vislumbro
Quem me dera viver um século de vida
Sempre capaz de amar e ser amada
Sem ter lembranças de qualquer antiga ferida
Conservar meu corpo e espírito renovados.
Quem me dera conservar no meu olhar
O céu azul em noites estreladas
O sol nascente, o poente e o mar
Os rostos das crianças encantadas.
Quem me dera ser como o girassol-flor
Sempre virado para a luz natural
Rejeitar toda a vivência incolor
Nunca tomar o todo pelo parcial.
Quem me dera ao morrer ser lembrada
Pelos afectos que eu sempre quis expressar
Pelas ideias, pelos combates, e pelo pecado
De não ter sido mais generosa no amar.
Quem me dera ser pó, finalmente
Lançada ao mar com algumas brancas flores
Ficar “viva” e apenas bem presente
Por um sorriso de bem-querer, sem deixar dores.

1 comentário:

Dulce disse...

"Quem me dera ser como o girassol-flor
Sempre virado para a luz natural
Rejeitar toda a vivência incolor
Nunca tomar o todo pelo parcial.."

E para tanto, devemos mesmo persistir.., estando mais atentos ao nosso sentir mais profundo,e por isso, também o mais consentâneo, o mais bonito!

Beijinho grande.